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Batalha - Piauí

Operação Coringa: Gaeco apreende R$ 1 milhão em supermercado no Piauí

A apreensão aconteceu nesta quinta (12) durante operação que investiga corrupção, lavagem de dinheiro.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Piauí, em apoio ao GAECO do Distrito Federal, apreendeu R$ 1 milhão em dinheiro em espécie durante cumprimento de mandado de busca e apreensão no Supermercado O de Casa, localizado no município de Batalha, região Norte do estado do Piauí.

A ação aconteceu no âmbito da Operação Coringa, que investiga esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel envolvendo servidores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).

Foto: DivulgaçãoDinheiro encontrado
Dinheiro encontrado

No Piauí, o GAECO do Ministério Público do Piauí deu cumprimento a três mandados de busca e apreensão. Um deles no supermercado, além das residências de Ferreira da Costa e Maria Emília Neta do Nascimento, irmãs do principal alvo da operação, identificado como Francisco José da Costa, conhecido como “Chiquinho”, ex-diretor financeiro da estatal, funcionava como um dos meios de escoamento do dinheiro adquirido de forma ilícita.

Todo o material encontrado durante o cumprimento dos mandados em Batalha-PI foi encaminhado para a sede do GAECO em Teresina-PI e será anexado ao inquérito, que está sendo conduzido pelo GAECO do Distrito Federal.

Operação do Gaeco

Na manhã desta quinta-feira (12), o Gaeco deflagrou a fase ostensiva da Operação Coringa, com o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão no Piauí e no Distrito Federal. A ação foi desencadeada após investigações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) revelarem um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel envolvendo servidores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).

Segundo o Ministério Público, o principal investigado é Francisco José da Costa, conhecido como “Chiquinho”, ex-diretor financeiro da Novacap. Ele teria utilizado sua posição, entre 2021 e 2022, para beneficiar empresas parceiras em contratos públicos, recebendo propina correspondente a 2% do valor dos pagamentos.

Seu modus operandi consistia em coordenar o favorecimento de empresas nos processos internos da Novacap. Em troca de propina, articulava com outros servidores a liberação acelerada de recursos públicos para as construtoras contratadas. Ainda de acordo com os levantamentos, também participaram ativamente do esquema os servidores Renato Sousa Santanna, Eliane Bonifácio de Moraes Soares, Sosthenes Oliveira da Paz e Aurélio Rodrigues de Castro.

Formação de cartel

O MPDFT também identificou indícios fortes de cartel. Empresas que se apresentavam como concorrentes em licitações agiam, nos bastidores, de maneira coordenada, promovendo um revezamento nos contratos e garantindo o pagamento de vantagens ilícitas.

Entre as empresas beneficiadas estão: Central Engenharia e Construtora Ltda; Construteq Construções e Serviços Ltda; GW Construções e Incorporações Ltda; EB Infra Construções Ltda; WF Construções e Incorporações Ltda; Construtora Artec; Belavia Comércio e Construções Ltda; NG Engenharia; Sigma Incorporações e Construções EIRELI e LAN Empreendimentos e Construções EIRELI.

Entre 2021 e 2022, essas empresas receberam R$ 316 milhões em recursos públicos, dos quais R$ 112 milhões foram liberados diretamente com a interferência de “Chiquinho”. Estima-se que o esquema tenha rendido ao ex-diretor financeiro cerca de R$ 2,2 milhões em propina.

Atuação de familiares

As investigações também apontam a participação de irmãs de Francisco José e de sua esposa, Maira Bernadete, no esquema. Elas seriam responsáveis pela lavagem e movimentação de dinheiro em espécie, principalmente por meio do supermercado “O De Casa”, controlado pela esposa do investigado, ou em nome de terceiros.

Medidas judiciais

A Justiça determinou o afastamento de Francisco José da função pública, o bloqueio de bens móveis e imóveis dos investigados, o bloqueio de cerca de R$ 1 milhão em contas bancárias, além da apreensão de uma aeronave e uma embarcação.

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