Thais Guimarães
O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, foi o primeiro interrogado no segundo dia de oitivas realizadas pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10). Na ocasião, ele negou que tenha colocado suas tropas à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma possível trama golpista.
Garnier foi questionado pelo ministro Luiz Fux e negou que tenha dito a Bolsonaro que as tropas estariam prontas para uma tentativa de golpe. “Nunca usei essa expressão”, respondeu.
Fux indagou, então, o que o almirante quis dizer quando afirmou que as Forças Armadas estavam preocupadas naquele contexto pós-eleição. “Tinham preocupação com a questão das pessoas nas ruas insatisfeitas e que isso pudesse descambar para quebra-quebra, que os órgãos de segurança pública pudessem perder o controle, e isso traria responsabilidade normalmente para o último bastião desse negócio, que são as Forças Armadas”, colocou.
O ex-comandante da Marinha ressaltou que as tropas brasileiras estão sempre prontas para atender a uma demanda institucional. “As Forças Armadas sempre estão prontas para suas missões institucionais”, completou.
Sequência de interrogatórios
Logo após Almir Garnier, começou a ser ouvido o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal na ocasião dos atos de 8 de janeiro. Depois, serão ouvidos, nessa sequência: general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Jair Bolsonaro; general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.
As sessões estão sendo transmitidas ao vivo pela TV Justiça e pelo canal do STF no YouTube, a partir das 14h.
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